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Mundo da Zootecnia: dezembro 2010

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL E UM ÓTIMO 2011 !!!!

Desejo a todos um Feliz Natal e um Excelente 2011, que este ano seja repleto de realizações!!!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Perigos da Cisticercose





Os índices de cisticercoses no rebanho bovino brasileiro são elevados. Em certas regiões, é considerado o principal achado post mortem nos abates de matadouros, cujos índices vão de 2 a 4%; e dependendo da região e condições de engorda podem chegar a 10%. É um sério problema sócio-econômico e principalmente de saúde pública.


O termo cisticercose é empregado para designar, indistintamente, o estado patológico resultante do parasitismo de hospedeiros vertebrados, pela forma larvar da Taenia solium (contaminante do suíno) ou da Taenia saginata (contaminante do bovino), e caracterizado por uma lesão vesicular, denominada cisticerco. Ainda que nos animais tais vesículas não acarretem, aparentemente, maiores transtornos ao organismo, nos seres humanos a forma larvar da Taenia solium pode assumir uma gravidade extrema na dependência da localização (encéfalo, fígado, rim, coração, olho, etc...), do número e so tamanho, bem como da fase de desenvolvimento dos cistos. Todos os bovinos são suceptíveis, porém os confinados, devido a proximadade com o ser humano e a grande concentração de animais, são propensos a apresentar a enfermidade. Os suínos criados de forma precária e sem controle sanitário, estão entre os de maior índice de contaminação.





O parasito adulto é conhecido popularmente como "SOLITÁRIA" pelo fato de geralmente existir apenas um exemplar na luz intestinal do homem (hospedeiro definitivo), As Tenias são vermes grandes em forma de fita, podem medir de 2 a 10 metros de comprimento, são divididasem segmentos independentes chamados de "proglotides", que contém a larva infectante chamada de "oncosfera". Quando o homem deposita suas fezes (contendo proglotides) no meio ambiente, estes se rompem, liberando os ovos e contaminando as pastagens e água, permanecendo viável por vários meses. Os ovos, ao serem ingeridos pelos bovinos (hospedeiro intermediário), no aparelho digestivo, liberam as larvas que penetram na parede intestinal e passam para a corrente sanguínea, sendo distribuídas por diferentes tecidos, principalmente o muscular.



Quando o homem ingere a carne contaminada (contendo cisticerco, conhecido popularmente como carne com canjiquinha) crua ou mal cozida, poderá dar origem ao crescimento de nova larva e completar o ciclo do parasito.




No ser humano a sintomatologia decorrente do parasitismo é pouco característico, podendo ocorrer: dor abdominal, náuseas, debilidade, perda de peso, aumento de apetite, prurido anal e diarréia. Considerando que estes vermes não soltam ovos na fezes, o diagnóstico é pela observação das proglotes nas fezes, podendo até, dependendo da infestação, sair pelo orifício anal, sendo encontrado na roupa íntima.


No frigorífico, durante a inspeção post-mortem, as carcaças com a presença da larva e distribuição são classificadas em: vivas ou calcificadas e localizadas ou generalizadas, sendo aproveitadas parcialmente, encaminhadas para tratamento pelo frio, aproveitamento pela salga, salsicharia, fabricação de banha ou à total rejeição.


Como controle da cisticercose temos:

- Saneamento básico (destino correto dos dejetos humanos) nas residências e dependências das edificações rurais de trabalho (currais, leiterias, galpões, plantações, etc...).


- Educação sanitária de trabalhadores rurais, conscientização das normas básicas de higiene.

- Inspeção de abatedouros e combate ao abate clandestino, evitando o consumo de carne contaminada.

- Exame e identificação de hospedeiros definitivos (homem) para tratamento.

- Tratamento de animais com produtos tenicidas, respeitando o período de carência para cada produto.

Fonte: Lara, N. C. Perigos da cisticercose. Revista do Sindicato Rural de Itapetininga, Outubro, 2010.