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Mundo da Zootecnia: novembro 2010

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Confinar reduz emissão de gases


Custo elevado dificulta ao pecuarista obter aprovação das Reduções Certificadas de Emissão (RCEs)

Natália Regina Cesaretto 09/2009

O volume de gases de efeito estufa emitido por animais em confinamento é menor do que a campo



O confinamento de gado bovino de corte na fase de terminação (período próximo ao abate) pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GE) em 17%, como mostra um estudo apresentado recentemente na Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. Entretanto, apesar das vantagens ambientais do confinamento, a pesquisa indicou que é difícil ao produtor obter retorno econômico a partir da redução dessas emissões.
Os dados estão na dissertação de mestrado do economista Matheus Henrique Scaglia Pacheco de Almeida. O pesquisador avaliou, sob ponto de vista econômico, o confinamento de animais em fase de terminação em cinco propriedades no Centro-Oeste brasileiro. A pesquisa mostrou que as emissões de GEE passaram de 41 quilos (Kg) de gás carbônico (CO²) equivalente por quilo de carne produzida (Kg de CO² eq. / Kg carne) para 33 Kg de CO² eq./Kg carne. "Ficou claro também a redução promovida pela melhora no manejo do rebanho", aponta.
O economista explica os motivos de os benefícios econômicos não serem tidos como certos. "Entre outros fatores, o produtor dificilmente recebe todo o valor de mercado das emissões evitadas a partir da intensificação das atividades, uma vez que o processo de aprovação das chamadas Reduções Certificadas de Emissão (RCEs) é custoso", declara. "Portanto, a intensificação da propriedade, por meio do confinamento dos animais em fase de terminação, mostrou-se economicamente inviável para a maioria das propriedades, quando comparadas ao sistema extensivo. Outro ponto que contribui para isso é o condicionamento do produtor à variação constante dos custos de mercado como, por exempo, o preço da matéria prima da ração animal", esclarece o pesquisador.
De acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2006), o rebanho brasileiro soma cerca de 169,9 milhões de cabeças, espalhadas em mais de 170 milhões de hectares com pastagens.
No Brasil, a pecuária bovina se caracteriza pelo sistema extensivo de produção, o que intensifica impactos ambientais como a destruição de biomas como o cerrado e a Amazônia, a degradação do solo e a emissão GEE.
Os gases emitidos por essa atividade são principalmente o metano (CH4), gerado pela fermentação entérica e pelas fezes do animal, e o óxido nitroso (N²O), proveniente das fezes. Em solo brasileiro, esta atividade é a segunda principal emissora de GEE, perdendo apenas para o desmatamento.
O estudo de Almeida apresentou também as mudanças nas emissões de GEE - desde a produção do alimento até o animal estar pronto para o abate - decorrente do confinamento, de acordo com a metodologia do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
Especialistas apontam que uma das formas de mitigar os impactos ambientais da pecuária bovina é a intensificação da produção por meio da melhora da qualidade do alimento fornecido aos animais. No caso particular das emissões de GEE isto ocorre porque melhora o processo ruminal e diminui o tempo de vida do animal.
"No entanto, para produtores do setor, o fato de modificar o sistema, ou seja, promover a intensificação da produção bovina em benefício ambiental não necessariamente significará uma vantagem econômica", afirma o economista.
A pesquisa de Almeida foi apresentada no último dia 7 de maio ao programa de Pós-graduação em Economia Aplicada da Esalq sob orientação do professor Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES).

Artigo publicado no Diário da Região (Agro Diário) no dia 10 de outubro de 2010.



quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Divulgação de site

Olá pessoal, estou participando de um curso do SENAC chamado Agente Sócio-Ambiental, neste curso desenvolvemos um site chamado Agente Sustentável, o qual encontra-se no link : www.agentesustentavel.br.gd . Quem procura informações de utilidade pública como, por exemplo, locais de coleta de óleo usado, telefones úteis, informações relacionadas ao meio ambiente e a sociedade, pode entrar e conferir!!! Boa leitura!!!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

X DIA DE CAMPO DA RAÇA JERSEY DE RIBERÃO PRETO E REGIÃO

PARTICIPE!!!!




quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Separação do bezerro: uma prática evoluída

(Artigo editado na revista Balde Branco)

Se existe um conceito difícil de ser discutido e introduzido na fazenda leiteira brasileira, este é o da separação do bezerro após o parto. É o que pode ser comprovado quando o tema é apresentado para produtores, técnicos e até para pessoas desvinculadas da atividade rural.
Algumas reações contrárias à proposta são justificadas pelo fato de os rebanhos serem constituídos de matrizes mestiças de Zebu, que não aceitam produzir leite sem a presença do bezerro ao pé, indicando desconhecimento de técnicas de manejo por parte do produtor, que possibilitem a retirada da cria. Os adeptos do bem-estar animal, por outro lado, argumentam que o ato não é natural e provoca sentimento de mal-estar e infelicidade na mãe e no filho, atribuindo sentimentos humanos aos bovinos. A realidade encontrada no País é que a grande maioria das propriedades opta mesmo por aleitamento natural, mantendo o bezerro junto à mãe por toda a lactação. Dados de levantamentos de campo realizados em vários Estados revelam que menos de 9% das propriedades adotam aleitamento artificial, ou seja, o bezerro deixa de mamar na mãe e recebe a dieta líquida em baldes ou mamadeiras, uma prática consagrada em fazendas leiteiras de regiões de pecuária evoluída. Isso possibilita a racionalização da ordenha, economia e também condições mais favoráveis para a criação do bezerro.
O aleitamento natural existe desde que o homem domesticou a vaca leiteira. Inscrições em tumbas de faraós egípcios, gravuras indianas de épocas remotas, pinturas europeias da idade média e fotografias antigas mostram bezerros ao pé da vaca para atividades de ordenha. A prática é ainda mantida em larga escala em regiões atrasadas da África, Ásia, América Latina e Oceania, que utilizam sistemas rudimentares de manejo e desconhecem conceitos tecnológicos. Prevaleceu durante um longo período também em regiões, hoje, consideradas desenvolvidas, ou seja, até que a produção de leite deixou de ser conduzida como arte e passou a ter como base informações científicas, o que ocorreu a partir da Revolução Industrial e, mais intensamente, nos primórdios do século XX. Conhecimentos sobre fisiologia da lactação e nutrição de bezerros pré-ruminantes possibilitaram a introdução de aleitamento artificial com desmama precoce. O uso do leite de maneira liberal para a criação do bezerro é desnecessário e seu uso limitado ou a substituição por sucedâneos possibilita economia real, sem prejuízo do bezerro. O leite é um alimento muito caro e pode ser substituído por sucedâneos, volumosos e concentrados mais baratos.
Além da redução significativa no custo da alimentação das crias, a separação do bezerro permite também eliminar o macho do sistema, porque, se vendido na hora da desmama, normalmente não consegue pagar os 400 a 600 litros de leite que consumiu da mãe no período de lactação.
A perda de renda nas fazendas leiteiras brasileiras é considerável, pois num exercício simples de simulação, se estima que de 5 a 6 milhões de machos chamados leiteiros são alimentados com leite por ano, o que representa uma perda de receita para o setor leiteiro equivalente a pelo menos 2,5 bilhões de litros de leite no período. O aproveitamento desses animais para a produção de carne, se fosse viável, deveria ser baseado em aleitamento artificial com sucedâneos e desmama precoce, como ocorre em regiões desenvolvidas.
Os benefícios do aleitamento artificial aparecem também no início da vida, pois pesquisas revelaram que, deixados com as mães, 25% dos recém-nascidos não ingerem colostro nas primeiras 24 horas de vida, fato que prejudica a transferência de resistência para a cria, porque à medida que o tempo passa, ocorre perda de imunoglobulina no colostro (27% em 10 horas) e capacidade de absorção pelo intestino.
Nem sempre a quantidade recomendada de 3 litros de colostro de boa qualidade, nas primeiras 6 horas de vida ou 7 litros em 24 horas, é observada quando o bezerro permanece com a mãe. Além desses aspectos, se o bezerro consumir sujeira na tentativa de mamar será muito prejudicado pela ingestão de microorganismos patogênicos num momento da vida em que o intestino está “aberto” para absorção de moléculas protéicas maiores.
Por todos esses fatos, se recomenda, hoje, o fornecimento forçado de colostro logo após o nascimento e a manutenção de banco de colostro congelado de boa qualidade para garantir sobrevivência e bom desenvolvimento inicial do bezerro.
Vidal Pedroso de Faria é professor da Esalq-Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e membro do conselho editorial de Balde Branco.